Friday, September 19, 2008

Denúncia à Comunicação Social

Caros Senhores Jornalistas

Possuo material suficiente para uma reportagem sobre um caso paradigmático de uma empresa portuguesa levada à falência por gestão danosa, conduzindo ao desemprego várias dezenas de pessoas nos últimos meses. Para além do tipo de gestão observa-se também, através de várias ilustrações possíveis, coacção e assédio moral, num quadro permanente de abuso e contorno da lei. Possuo provas escritas de tudo isto, existindo várias pessoas dispostas a dar a cara por esta situação, inclusive eu.

Vários funcionários foram convidados a sair da empresa, o termo utilizado foi dispensados. Não havendo motivo para despedimento por justa causa, a empresa teria que no final desse mês pagar tudo aquilo que devia por lei aos trabalhadores em questão. Agindo ab initio com má fé a empresa propunha um de dois cenários: o funcionário para ter acesso ao subsídio de desemprego, "comprava-o" assinando uma declaração em como a empresa não lhe devia rigorosamente nada; ou não assinava nada e a empresa iria, supostamente, pagar as retribuições até ao términus do contrato. Os funcionários sabiam, naturalmente, do estado financeiro da empresa, e com medo da falência e consequentemente não receber nada, e vários assinaram a dita folha. Eu pertenço ao grupo dos que não assinou. Estou com o salário em atraso.

O meu contrato acaba amanhã e arrisco-me a receber ZERO, porque a empresa vai continuar com a mesma actividade mas vai formalmente "passar" tudo para a empresa irmã gémea, que já funcionava paralelamente nas mesmas instalações e que pertence ao mesmo proprietário. Alguns funcionários da Capepresso já foram notificados de que os seus contratos não serão renovados, mas de imediato foram convidados pela gerência a integrar a Expostar. A Capepresso apresenta um passivo de vários milhões de euros, e preparando-se para abrir um processo de falência, os vários credores, desde logo fornecedores e trabalhadores, arriscam-se seriamente a ver o seu dinheiro a ficar nas mãos de mais um empresário sem escrúpulos, que tem um Mercedes à porta da empresa. Várias pessoas já recorreram à Justiça portuguesa, mas com salários em atraso não conseguem suportar as taxas de tribunal, exigidas para a abertura do processo. O desespero é de tal ordem grande que os trabalhadores da Capepresso tiveram que pedir dinheiro emprestado para pagar as suas prestações bancárias e fazer compras no supermercado, vivendo alguns já no limiar do insuportável.

Ajudem-nos a divulgar isto por favor.

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